Aumento autorizado na tarifa do Trensurb corresponde ao dobro do índice pedido

O presidente da Trensurb, David Borille, confirmou, em entrevista para o programa Agora, nesta quarta-feira, que o aumento autorizado pelo governo federal na tarifa da viagem ficou acima do esperado. A estatal havia pedido 47% de reajuste ao Ministério do Planejamento, ainda em 2017, quando a atual gestão assumiu. A resposta do governo federal chegou no início do ano. A partir de sábado, o preço do bilhete sobe 94,11% – o dobro do que havia sido solicitado. Os valores das integrações com as linhas de ônibus da região Metropolitana devem ser divulgados nas próximas horas.
“Fizemos uma proposta, um estudo que foi levado ao Ministério do Planejamento. Eles reviram a questão do subsídio e houve uma decisão, acima de nós, que colocou a passagem em R$ 3,30”, comentou Borille. O reajuste anterior, de 20 centavos, ocorreu em janeiro de 2008, elevando a tarifa para R$ 1,70.
De acordo com o presidente, o subsídio do governo federal foi cortado em 50%. Na Lei Orçamentária o valor previsto para a Trensurb em 2018 é de R$ 66.9 milhões. “Com essa quantia só conseguiríamos sobrevier até a metade do ano. Temos que continuar prestando um bom serviço e precisamos do dobro do valor disponível”, disse. Além disso, a estatal teve ampliados os custos de operação e manutenção, particularmente com energia elétrica de tração, que aumentaram mais de 100% de 2007 a 2017.
Excluídos os subsídios federais, o custo do serviço chega a R$ 4,80, mas, segundo Borille, não se deve chegar a esse valor. O dirigente salienta que outras medidas, como o novo edital de bilhetagem e a licitação para publicidade, são alternativas para que a estatal ganhe mais fluxo de caixa.
Quem já carregou os cartões 
O usuário que efetuar recargas nos cartões SIM, TEU e TRI antes do reajuste, que entra em vigor no sábado, vai ter 30 dias para utilizar os créditos com o preço antigo, de R$ 1,70.
A passagem da Trensurb ficou dez anos congelada e, conforme a empresa, as despesas cresceram, nos últimos anos, em função da expansão do sistema até Novo Hamburgo, agregando cinco novas estações e 9,3 quilômetros de linha.
Mesmo com o reajuste para R$ 3,30, a tarifa do metrô segue sendo a mais baixa entre os meios de transporte metropolitanos e a alternativa mais barata para se transitar entre os seis municípios atendidos – Porto Alegre, Canoas, Esteio, Sapucaia, São Leopoldo e Novo Hamburgo.