Presidente em exercício da Câmara não crê em votação da Previdência em 2018

O presidente em exercício da Câmara, Fábio Ramalho (MDB-MG), disse hoje não acreditar que a reforma da Previdência seja votada em plenário em 2018. Depois de participar de cerimônia no Palácio do Planalto de liberação de recursos para programa de educação em tempo integral, Ramalho declarou que não houve avanço na quantidade de votos favoráveis à proposta e que a reforma pode ficar para 2019.
“É muito difícil [votar em fevereiro] pelas conversas que eu tenho tido, pelas informações que eu tenho tido. O governo está fazendo seu trabalho, vamos ver se o governo consegue avançar. Mas, hoje eu posso dizer a você que avançou muito pouco”, disse Ramalho.
O deputado afirmou que não houve nenhum aumento no número de votos conquistados pela base aliada do governo em favor da reforma. Até o fim do ano passado, lideranças partidárias previam que a base tinha em torno de 270 votos pela reforma. A proposta só vai ser aprovada se tiver o apoio de pelo menos 308 deputados, em dois turnos de votação.
Para Ramalho, até fevereiro não há tempo suficiente para convencer os parlamentares mais resistentes e discutir a reforma com a sociedade. O deputado admite que a reforma pode ser votada somente no ano que vem. “O maior entrave é uma comunicação que não chegou certa às classes mais longínquas do Brasil. Essa comunicação não chegou como deveria chegar. E nós queremos uma reforma mais ampla, nós vamos fazer uma reforma agora para, no ano que vem, ter que fazer outra reforma? A gente tem que colocar isso para a população brasileira como um debate, para que no próximo ano a gente possa fazer uma reforma que a sociedade entenda e tenha discutido”, afirmou.
Na terça-feira, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também afirmou, em viagem aos Estados Unidos, que não vê com otimismo a aprovação da reforma em fevereiro e que, se ela não for votada mês que vem, fica fora da pauta até o fim do ano.