MP pede interdição de creche após criança sofrer maus-tratos no Vale do Caí

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) entra, na tarde desta quarta-feira, com um pedido de interdição da creche particular de São Sebastião do Caí onde uma criança, de dois anos, sofreu maus-tratos, no Vale do Caí. De acordo com a assessoria de imprensa do MP, a promotora Cristine Zottmann recebeu o inquérito da Polícia Civil no fim da tarde dessa terça-feira.
Outro procedimento – instaurado em 5 de junho de 2017, na Promotoria de Justiça de São Sebastião do Caí – investiga maus-tratos sofrido por outra criança durante as atividades da escola. Na época, a mãe de um aluno registrou um boletim de ocorrência pedindo a investigação de “eventuais delitos específicos contra a criança”.
Durante as investigações, a Polícia Civil apura outros casos de maus-tratos na escola. Em depoimento, a funcionária – presa por tentar asfixiar com um travesseiro a menina de 2 anos – confessou que a prática era orientação da direção da escola. “Era um cheirinho para acalmá-la”, alegou a monitora, de 23 anos.
“Três pais nos procuraram para relatar outros episódios, que para eles pareciam acidentes e não eram vistos como maus-tratos. Contudo, depois de o caso vir à tona, perceberam que podem ter se tratado de agressões”, explicou o delegado Marcos Eduardo Pepe, que assumiu o caso.
Relembre o caso
A diretora da creche procurou a Polícia Civil no dia 11 para fazer uma denúncia de maus-tratos contra uma funcionária. A mulher entregou um vídeo que mostra a monitora pressionando um travesseiro contra o rosto de uma criança. A funcionária, presa no dia seguinte, segue detida na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba. Ela deve ser indiciada por tentativa de homicídio qualificado.
Em depoimento, a detida informou à Polícia que o caso não era isolado. Então, a Polícia Civil solicitou outras imagens das câmeras de segurança à diretora, que se prontificou a entregar. Contudo, a coordenadora da escola pagou R$ 50 a um técnico de informática para ele apagar as gravações. Os dois foram presos na segunda-feira por fraude processual. Após decisão da 1ª Vara Judicial de São Sebastião do Caí, os dois foram libertados ontem.
A Polícia Civil encaminhou um HD ao Instituto-Geral de Perícias, que tenta recuperar os arquivos. O inquérito deve ser finalizado até a próxima segunda-feira.