Após delegado citar “revelações divinas”, Polícia Civil mantém investigação sobre morte de crianças em NH

A cúpula da Polícia Civil do Rio Grande do Sul decidiu, em reunião na tarde desta segunda-feira, manter, por hora, inalteradas as investigações sobre a morte de duas crianças encontradas esquartejadas e enterradas no Vale do Sinos. A reunião surgiu após o delegado Moacir Fermino, que coordena interinamente a Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP), de Novo Hamburgo, ter dito, em entrevista coletiva, que uma “revelação divina” o levou até os suspeitos e a detalhes sobre o crime. Segundo Moacir, os irmãos foram mortos durante um ritual macabro.
“Foi uma revelação de dois profetas de Deus. Quando eu cheguei na delegacia, um deles me ligou, dizendo que tinha informações e que era para eu pegar um caderno para anotar. Foi uma revelação divina”, destacou o delegado. Fermino disse ainda que não podia revelar quem eram esses “profetas”.
De acordo com o delegado, as crianças foram mortas no templo que fica no bairro Morungava, em Gravataí. Ele estima ainda que durante o ritual, os participantes tenham tomado sangue das crianças – um menino, entre 8 e 10 anos, e uma menina, entre 10 e 12 – que ainda não foram identificados e não tiveram as cabeças localizadas até o momento. “Estão enterradas em Lomba Grande”, garantiu o delegado, explicando que, pelo ritual investigado, as partes dos corpos devem ser abandonadas em local próximo ao templo.
Ainda segundo Moacir Fermino, o sacrifício das duas crianças ocorreu com os investigados ajoelhados em um círculo, com o ambiente iluminado apenas por velas. “Os sete discípulos de Satanás formaram o número do ritual”, observou. Uma testemunha, que chegou a visualizar parte do ritual, relatou que viu a menina no chão, desfalecida ou morta, enquanto o menino teve o corpo amarrado a um cavalete. Um dos capuzes usados por uma das vítimas foi encontrado e recolhido pela polícia.
“O bruxo falava uma língua estranha que acreditamos que seja aramaico”, destacou o delegado, acrescentando que o menino foi fortemente embriagado antes da morte. Já a menina pode ter tentado se defender antes de ser executada com facadas. “Ela esboçou uma reação de defesa. Os dois foram mortos poucos minutos depois um do outro”, revelou. “O bruxo e os envolvidos alegam que não se conhecem, mas temos provas (do contrário)”, garantiu.
A assessoria do delegado Emerson Wendt, chefe da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, informou que o titular Rogério Baggio retorna de férias e vai reassumir a investigação. Além de Wendt, Rosalino Seara, delegado regional e Fábio Motta Lopes, diretor do Departamento de Polícia Metropolitana participaram do encontro.

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