“Município não pode pecar por omissão”, sustenta vice-prefeito de Porto Alegre

Apesar de sequer ser constitucional, o pedido do prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr, para que o Exército reforce a segurança da Capital no próximo dia 24 de janeiro – quando ocorre o julgamento do ex-presidente Lula – é visto com naturalidade pelo vice-prefeito e professor de Direito, Gustavo Paim. “O governo municipal não pode pecar por omissão”, afirmou ele, em entrevista à Rádio Guaíba neste domingo.
“Vimos pessoas que não tem nada a ver nem com segurança pública, nem com o julgamento em questão, incitando e gerando manifestações que preocupam os municípes e cidadãos de Porto Alegre”, argumentou. “Demonstramos que estamos atentos. É uma atenção, uma preocupação natural de quem é gestor público e tem que cuidar do patrimônio público e privado. Foi para demonstrar que estamos atentos”, acrescentou Paim, que assume a prefeitura nesta segunda-feira por 15 dias, durante as férias de Marchezan.
Paim disse não ver problema no ato do prefeito, que não é autorizado a convocar Exército e Força Nacional – atribuição que cabe ao governador: “Foi um movimento absolutamente normal. Ele quis dizer, de forma transparente, é que o município de Porto Alegre está ao lado das forças de segurança”, disse.
O vice-prefeito negou também algum atrito com o governo estadual, que já trabalha há mais de duas semanas no planejamento de ações de segurança para este dia. “A prefeitura de Porto Alegre tem tido uma relação e parceria com o Estado”, salientou ele, que lembrou que a preocupação com segurança foi pauta da própria campanha de Marchezan, em 2016.