Entrada do Centrão no governo não significa prática de loteamento, declara Onyx

Ministro da Cidadania criticou prefeitos que adotaram medidas de isolamento, projetou reeleição de Bolsonaro e classificou Sergio Moro como “extraordinário juiz, ponto”

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni (DEM), considerou, nesta quarta-feira, que eventuais aproximações do Planalto com o chamado ‘Centrão’ (bloco de partidos não alinhados nem com a direita, nem com a esquerda) não representa o retorno de um governo de coalizão. “O presidente baliza para não se servir das pessoas, como em governos passados. Pode haver diálogo com forças políticas e até a participação delas no governo, sem significar a prática do loteamento”, assinalou, em entrevista para o Guaíba News.

Embora o Brasil esteja próximo de computar 75 mil mortes em decorrência da Covid-19, Onyx criticou a postura de gestores que vêm contrariando a cartilha do governo federal. “Estamos realizando investimentos em um momento emergencial, de guerra. Vários países estão interessados em saber como o Brasil chegou ao alto percentual de cura. Tivemos cidades que, nos primeiros 40 dias, ficaram completamente fechadas com um caso de Covid a mil quilômetros de distância”, avaliou.

Sobre o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, que “perdoou” a prática de caixa dois em uma das campanhas eleitorais que disputou, Onyx Lorenzoni disse: “continua sendo um extraordinário juiz, ponto. Que cumpriu o seu papel quando esteve no Judiciário”. Moro é considerado, hoje, como um desafeto do Palácio do Planalto, após ter acusado o presidente Jair Bolsonaro de tentar interferir politicamente na Polícia Federal.

Durante a avaliação dos 18 meses de gestão, Onyx assegurou que nenhum crime de corrupção se registrou na administração atual. O ministro reclamou que o presidente é alvo da “extrema-imprensa” e projetou a reeleição de Bolsonaro em 2024.

Embora o país viva uma crise política, sanitária e econômica, o ministro garantiu que não há risco algum de haver um golpe democrático, mesmo que o tensionamento entre os Poderes tenha levado aliados de Bolsonaro a defender uma ruptura institucional. “A democracia nunca esteve em risco. Isso é uma narrativa conveniente para quem não tem voto e para quem perdeu a eleição. Se tem alguém que é democrata de verdade é o Bolsonaro. A democracia, talvez, não seja o melhor sistema do mundo, mas é o melhor que o homem pôde criar, com as todas as correntes de pensamento”, garantiu.